DIRETORA DE ESCOLA É XINGADA: MÃES VÃO TER QUE PAGAR DANOS MORAIS

 Era uma festa de Dia das Crianças, realizada com muito amor pelos funcionários e dirigentes da Escola Municipal Aurora Fontes em Votorantim. A turma da manhã já havia se deliciado com doces e aproveitado os brinquedos infláveis trazidos com dinheiro da APM (Associação de Pais e Mestres). 

 Segundo relatório da sentença judicial, de repente a diretora P.M.F é abordada por mães de alunos que começam a exigir mais algodão doce. A diretora explicou que só haveria nova distribuição à tarde. As mães de alunos RKM, RCSV e KOFR, passaram então a proferrir palavras ofensivas e palavrões. As grosserias, ainda segundo relato da sentença judicial, prosseguiram nas redes sociais. Insatisfeitas, estas mães foram até a Secretaria de Educação e solicitaram a retirada da diretora do cargo. 

   Ao mesmo tempo passaram a comparecer todos os dias no portão da escola, tentando colher assinaturas para um abaixo assinado. Cansada das ofensas, a diretora mandou notificação extrajudicial, para que as mães dos alunos colocassem um basta na situação. De nada adiantou. 

   O advogado Claudio Dias Batista, da Dias Batista Advogados, que defendeu a diretora, explica que na audiência as rés negaram qualquer agressão verbal, sendo que uma delas admitiu ter postado sua indignação nas redes sociais. As testemunhas, no entanto, derrubaram a tese de defesa das rés. Ficou demonstrada a atitude agressiva, tanto na escola como nas redes sociais. Uma das testemunhas disse que a diretora "relatou calmamente às mães que a máquina de algodão doce já estava desligada e que não seria justo dar o doce aos seus filhos em detrimento das demais crianças"

   Em sua decisão a juíza Graziela Gomes dos Santos Biazzim, da 2a. Vara Cível de Votorantim, SP, se convenceu especialmente pelo depoimento desta última testemunha e concluiu que "o tratamento deve ser justo e igualitário, de modo que, se havia um horário combinado para duração da festa, todos deveriam respeitá-lo". 

   Finalmente a juíza faz citação de uma das frases repetidas pelas rés, "enfie o algodão no c..." Ela entendeu que os danos morais neste caso não precisam sequer serem provados, e fixou o valor em R$ 1.000,00 para cada mãe que se revoltou.